sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O JIU-JÍTSU NA CONTEMPORANEIDADE

Hoje, o Jiu Jítsu luta contra a imagem negativa que lhe é agregada muitas vezes. Porém, ao observar a ainda restrita visibilidade que esta arte marcial possui junto aos grandes meios de comunicação de massa, a reversão desta imagem negativa parece distante. Mesmo porque, o rotulo de violência e irracionalidade segue sendo vinculado a essa arte nos meios de comunicação. Recentemente, durante a elaboração deste trabalho, mais uma vez a modalidade foi alvo da mídia, frente a um acontecimento de desfecho trágico. Em nove de agosto de 2011 a jovem Jessica de Oliveira foi encontrada morta na cidade de Caxias do Sul apresentando sinais de estrangulamento. Logo as investigações policias chegaram até um empresário, namorado da vitima. O mesmo, confessou o crime e imediatamente a mídia destacou sua ligação com o Jiu Jítsu, possivelmente a partir de uma declaração do mesmo. "Na manhã do crime, o acusado abordou a garota e ofereceu carona de carro até o Instituto Educacional Cristóvão de Mendoza. Porém, ao invés de rumar para o bairro Cinqüentenário, onde fica a escola, ele seguiu até o Morada dos Alpes. O empresário e a estudante discutiram. O acusado começou a agredi-la, tentando estrangulá-la com golpes de jiu jítsu, arte marcial que ele praticaria. Sem conseguir fazer Jéssica desmaiar, o empresário desferiu uma série de socos no rosto dela. Na polícia, o acusado disse que, cansado de agredir a vítima, pegou um fio de luz e a enforcou até a morte." (Disponível em: acesso em 05/11/2011) A noticia permite entender que os praticantes de Jiu Jítsu podem fazer uso de seus conhecimentos marciais para praticar atos criminosos. A sociedade em geral não tem conhecimento técnico para perceber as distorções entre as agressões sofridas pela jovem e as praticas de Jiu Jítsu. Para exemplificar, de acordo com o que foi exposto até aqui, sabe-se que no Jiu Jítsu não existem socos e que não faria nenhum sentido para a arte marcial o uso de um fio elétrico, pois no Jiu Jítsu não há a presença de qualquer arma ou outro elemento durante o treinamento de suas técnicas. Essa observação aponta para a vinculação equivocada do Jiu Jítsu ao fato, pois embora o agressor fosse um praticante não fez uso das suas técnicas durante o seu ato de ataque à vitima. Entende-se assim que se ele não fosse um praticante da modalidade seguramente teria cometido o mesmo ato criminoso. Esse exemplo aponta para a interpretação de que a visibilidade conferia ao Jiu Jítsu no Brasil segue vinculada à violência, mantendo aos olhos da opinião pública esta arte marcial como um ícone de desajuste social. É importante salientar que entende-se que essa é uma realidade especialmente nacional. Exemplo disso é o fato recente de o Sheik Mohammad Bin Zayed Al Nahyan príncipe de Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos, contratou uma centena de professores brasileiros (faixas preta de Jiu Jítsu) para ministrarem aulas nas escolas de seu país. As aulas de Jiu Jítsu fazem parte do currículo escolar dos alunos de sexta e sétima serie os quais podem após cursarem os dois anos optar por manter como atividade complementar até o final de sua vida escolar. Como incentivo ao esporte, Abu Dhabi criou o primeiro circuito mundial profissional de Jiu Jítsu. O Abu Dhabi Grand Slam realiza torneios seletivos em todo o mundo e reúne uma vez por ano os campões continentais da modalidade nos Emirados Árabes a fim de conhecer os melhores atletas da modalidade no planeta.

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