terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A ORIGEM DO JIU JÍTSU

Os registros históricos não são precisos, porém estima-se que os primeiros rudimentos do Jiu Jítsu tenham sua origem 2.500 a.C. da Índia. O grande marco do seu desenvolvimento se deu em paralelo com a disseminação do Budismo entre os séculos VI e IV a.C. como uma alternativa dos monges budistas (peregrinos) os quais eram por sua ideologia impedidos de usar armas mesmo que fosse em prol da própria defesa de sua vida. Esse contexto se deu a partir da sua ideologia forjada nos ensinamentos de Sidartha Gauthama , o Buda. (Disponível em http://www.cbjj.com.br/ - acesso em 28/10/2011) [...] Ao norte da Índia, a algumas milhas acima de Benares, há 2.500 anos, nascia o príncipe Sidartha Gauthama, conhecido como Saquia Muni (Príncipe Solitário) que mais tarde veio a ser conhecido como Buda, o iluminado. A sua filosofia de vida deu origem à religião que leva o seu nome. Os monges budistas tinham por filosofia a disseminação dos ensinamentos de Buda e, com isso, eram obrigados a viajar por toda a Ásia a fim de cumprir esta determinação religiosa. O costume era viajar em duplas, mas mesmo assim os trajetos tornavam-se perigosos e era preeminente uma forma de defesa para os monges. O problema era que o budismo é completamente contrário ao uso de armas ou violência, portanto os métodos tradicionais de defesa eram impróprios. (Disponível em acesso em: 28/10/2011) Não é necessário contextualizar o período histórico que acompanha a origem desta arte marcial. Basta mencionar que o termo usado em todo o sudeste asiático para definir este período bárbaro. Saques, conflitos armados, guerras, a essência violenta da natureza humana era a rotina que permeava as relações sociais. O Budismo, que forjava em seus princípios o revés deste contexto, esbarrava em uma dificuldade explicita de coexistir com esta realidade. Seus seguidores e propagadores (os monges) eram constantemente vitimados pelo violento e conturbado período. A não existência da ordem fez com que surgisse a necessidade de buscar uma forma alternativa de resistir a tais agressões, sem provocar o mesmo sofrimento aos seus agressores. Foi assim que uma pequena vila da Índia despertou a atenção dos monges. Seus moradores, a partir do estudo das articulações humanas e da observação da natureza, desenvolveram uma técnica que permitia a seus praticantes resistir a agressões sem o uso de armas e ao mesmo tempo preservar seus agressores sendo fatal apenas em último caso. Isso permitia aos praticantes do budismo preservar-se das agressões do período sem entrar em desacordo com sua ideologia religiosa. (Disponível em acesso em 28/10/2011.) [...] existem cinco preceitos a serem seguidos no budismo: proibição de matar; proibição de roubar; proibição de ter relações sexuais ilícitas; proibição do falso testemunho; proibição de drogas e álcool. (Disponível em acesso em 25/10/2011) Surgia assim uma arte de defesa pessoal e a referida técnica passou acompanhar os monges em suas peregrinações, percorrendo todo o sudeste Asiático, chegando à China Imperial. Na China, mas especificamente no vale do Rio Mekhong os monges enquanto catequizadores se depararam com grandes problemas de ordem social. Os aldeões das vilas chinesas eram constantemente subjugados por bandidos e salteadores e encontraram na arte de defesa trazida pelos monges budistas a alternativa de resistir a tais agressões. A técnica dos monges somada à realidade do cotidiano dos aldeões chineses (suas ferramentas de trabalho como foices, facões, espadas.) daria origem ao que conhecemos hoje como Kung-fu . (Disponível em acesso em 29/10/11) [...] O Kung-Fu foi utilizado pelos monges budistas na china como forma de meditação e conhecimento de sua força interior; cada mosteiro desenvolvia uma técnica adaptada ao animal que mais se aproximava da crença do templo, haja vista os templos Shao-Lin. (Disponível em : acesso em 29/10/2011) Historicamente, China e Japão sempre foram rivais e foi numa invasão chinesa ao arquipélago japonês que a arte marcial oriunda dos monges budistas chegou à terra do sol nascente. Lá encontrou terreno fértil junto a uma casta feudal de guerreiros especializada em combate conhecida como samurais. Os samurais ficaram impressionados ao tomar contato com tal técnica de combate passaram a dedicar-se a sua prática, aprimoramento e desenvolvendo dando origem a arte marcial japonesa que foi chamada de Jiu Jítsu ou “arte suave” em função da leveza de seus movimentos e a eficiência do seu emprego. Durante séculos, os japoneses aprimoraram tal arte e a mesma foi incorporada a cultura e as raízes desta nação, passando a ser um traço cultural passado de pai para filho, ganhando contornos de patrimônio do Império Japonês. O Japão vivia um período de grandes transformações internas que acabaram fechando a nação para o resto do mundo a partir da implantação do governo do Clã Yamamoto que unificou o país em um só império. (Disponível em acesso em 28/10/2011) [...] Porém, foi no século IV da Era Cristã que o Japão conheceu o início de seu sistema de governo: a monarquia imperialista. O clã Yamato unificou os vários Estados sob um único imperador e deixou o país isolado, durante séculos, do contato com o exterior. Oito séculos mais tarde (século XII), os aristocratas militares, conhecidos como samurais, começaram a ganhar força e abalaram as estruturas da monarquia. Todo o país começou a ser dominado pelos senhores feudais japoneses, ou xoguns (ficaram no poder até o século XIX). Em 1603, o xogum Ieyasu Tokugawa estabeleceu a capital do país na cidade de Edo (atual Tóquio), proibiu o cristianismo (que começava a florescer por causa dos missionários jesuítas e protestantes) e fechou o país aos estrangeiros. Nos 250 anos seguintes, o único ponto de contato com o Ocidente foi um porto de comércio em Nagasaki. Nos anos seguintes o Japão abriu todos os seus portos para o comércio externo. Em 1868 começou a Era Meiji, quando assumiu o poder o imperador Mutsuhito. (Disponível em : acesso em 19/10/2011) Ao abrir os portos japoneses ao resto do mundo (1877) o comércio com a Europa se intensificou rapidamente em especial com a Inglaterra. Naturalmente a arte marcial japonesa começa a chamar a atenção dos visitantes estrangeiros, porem os mesmos eram impedidos de ter acesso a tal arte uma vez que por um decreto imperial de Mutsuhito ensinar as técnicas de Jiu Jítsu a um estrangeiro configurava-se como um crime contra o Império. Porem, com o passar do tempo, e frente ao desejo de seus visitantes Mutsuhito, relaxou a tal decreto até mesmo porque o Jiu Jítsu (mesmo no Japão) tinha ganhado novo perfil (frente ao fato que o advento das armas de fogo tornavam a arte marcial inútil em combate), o de esporte a partir da revolução técnica implantada por Jigoro Kano,(conhecido como Jiu Jítsu moderno e posteriormente Judô) o qual passou a ser um porta voz do Império Japonês em inúmeras viagens a Europa e a América. Kano transformou o Judô em um esporte abrindo assim os conhecimentos das técnicas marcial ao resto do mundo onde a mesma popularizou-se e tornou-se um dos esportes mais conhecidos do planeta.

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